Introdução

Hoje em dia a sociedade está fortemente sensibilizada para as questões do ambiente e da sustentabilidade. A DECO estima que em Portugal existam cerca de 800.000 pessoas expostas a ruído excessivo e as queixas relativas a este, constituem a queixa mais comum relativamente ao ambiente. A emissão de ruído e o direito a não ocorrer incómodo estão regulamentados e as pessoas estão informadas dos seus direitos. Assim a necessidade de reduzir o ruído emitido para valores aceitáveis é uma prioridade importante para muitas empresas. Nestas ações de redução de ruído estão frequentemente em causa investimentos significativos, e há que assegurar o sucesso do projeto e a minimização dos seus custos, sendo esta uma preocupação maior dos responsáveis do ambiente. Dai a importância de existir uma abordagem objetiva no que se refere à avaliação dos impactos dos investimentos a efetuar.

Limitações das avaliações de impacte sonoro “tradicionais”

As avaliações de impacte sonoro “tradicionais” recorrem a amostragens de ruído de curta duração, num número limitado de pontos, de uma dada zona. No entanto, a experiência tem demonstrado que, frequentemente, e sobretudo no caso de instalações de grande dimensão e/ou complexidade, esta abordagem não permite obter resultados muito fiáveis nem uma visão clara do real impacte sonoro das diferentes fontes. Além disso, não fornece geralmente informação suficiente para a tomada de decisão quanto às medidas a implementar, pois não permite identificar e classificar fontes de ruído, nem possibilita uma previsão dos resultados expectáveis de uma determinada intervenção corretiva. Outro aspeto a ter em conta, consiste na dificuldade que as avaliações “tradicionais” têm em apresentar resultados de fácil leitura por não especialistas. Tal facto dificulta a comunicação efetiva dos resultados de medidas minoradoras do ruído aos potenciais interessados, como sejam a comunidade envolvente, organismos estatais, autarquias, organizações ambientais, etc., não potenciando devidamente os efeitos dessas medidas na imagem da organização.

Assim ainda é comum ocorrer, sob pressão de circunstâncias, e com alguma ignorância das capacidades atuais da engenharia acústica, a implementação de investimentos avultados, feitos mais ou menos avulso, em medidas de redução de ruído. Por mais ao menos a avulso referimo-nos a investimentos feitos com base no “ouvidómetro”, quase à adivinhação, e sem uma forte justificação técnica. Algumas vezes, quase por sorte o resultado destes investimentos é bom, mas algumas vezes não o é….

Esta abordagem não é compatível com os requisitos de gestão de hoje em dia, em que é norma uma detalhada justificação de cada euro investido.

O que se pretende

Neste contexto, para efetuar um investimento em redução de ruído numa instalação existente, deve-se se assegurar que:
• No final da implementação das medidas de redução de ruído, um ou mais recetores fiquem expostos a níveis de ruído pré-definidos, inferiores aos existentes.
• Isto seja alcançado através da implementação de uma ou mais medidas;
• Estas medidas cumpram, constrangimentos de diversa ordem, existentes nas instalações emissoras de ruído,
• Se conheçam as diversas alternativas de medidas existentes;
• Se conheça o custo de cada alternativa,
• Se conheça o impacto estimado de cada alternativa, em termos de ruído no(s) recetor (es);
• Que a empresa fique na posse de uma poderosa ferramenta de diálogo com os queixosos e com as diversas entidades do estado e outras entidades relevantes,
• Exista garantia de resultados;
• Que a relação custo/beneficio seja a melhor;

Para estes objetivos serem alcançados tem de existir, um Plano de Ação como se exemplifica a seguir:

Fase Descrição Euros
1 Soluções para se atingir o objetivo de 52 dB(A) na zona norte da vila, Qta. da Marquesa, Bairro 1, aldeia 2 e para da fábrica xxx
2 Soluções para alargar o objetivo de 52 dB(A) à zona da vila mais próxima da fábrica yyy
3 Soluções para alargar o objetivo de 52 dB(A) à zona do Bairro 2 e zona do miradouro, e aproximar o nível global de 45 dB(A). zzz
Total www

Plano de ação2

Num investimento em novas instalações as preocupações são:
• Conhecer que limites de ruído especificar para novos equipamentos,
• Que estes limites não sejam sub-especificados vindo as novas instalações a gerar queixas de ruído excessivo;
• Que os limites não sejam sobre-especificados, gerando custos evitáveis.

(continua)

Aqui poderá ver uma apresentação sobre este tema.

https://pt.slideshare.net/CarlosAroeira/mapas-de-ruido

 

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